Category Archives: DELÍCIAS DA MONTANHA

Loading
loading...

À CAÇA DE SABORES

Sabores da Mantiqueira é o título de um projeto realizado por três professores da Faculdade de Gastronomia do Senac de Campos de Jordão para estimular os seus alunos a conhecerem melhor os produtos da Serra e a desafiá-los a usar esses ingredientes em novas receitas. Para atingir esse objetivo, decidiram realizar um levantamento detalhado dos produtos locais de acordo com quatro critérios: produção orgânica, relevância culinária, identidade local e preocupação com o meio ambiente. O conteúdo resultante das pesquisas servirá para a realização de um documentário e um livro, além de um blog que já está na web.

Antes de ir com seus alunos para conhecer a região, porém, eles mesmos foram desbravar as montanhas e vales ao longo do rio Sapucaí-Mirim, o mais importante da Serra da Mantiqueira. Foi uma surpresa. “Já estamos fazendo o levantamento há mais de três meses numa determinada microrregião, tarefa que a gente pensava em liquidar em poucos dias, e ainda nem chegamos a finalizar tudo o que é produzido por lá”, conta Vitor Pompeu, professor do Senac e um dos sócios do projeto. Vitor também foi o idealizador do Festival de Gastronomia e Cultura da Roça de Gonçalves, realizado anualmente em outubro, e que já vai para a sua oitava edição em 2018. Hoje quem toca o festival são outras pessoas, mas ele continua a estimular o interesse dos alunos pela produção local.
Já Ricardo Barbosa, professor de História da Alimentação, hoje mais dedicado ao estudo do ciclo econômico e sustentabilidade da produção, ensina aos alunos como a qualidade pode se transformar num diferencial redentor para os produtos da Mantiqueira. Ricardo pode ir com eles a uma plantação de um produtor de morangos orgânicos, por exemplo, e mostrar o trabalho meticuloso que ele tem no seu cultivo. Assim é mais fácil os alunos compreenderem a razão do preço final ser um pouco mais alto e se conscientizarem de como esse valor é importante para a sobrevivência econômica daquele agricultor. O resultado dessa ação tão simples? Como futuros chefs, eles terão a tendência a utilizar bons insumos produzidos por produtores locais em suas receitas e, dessa maneira, alimentar um ciclo virtuoso de qualidade, frescor e saúde. “Os agricultores só permanecem na região se os seus produtos tiverem saída. E os chefs só podem escolher utilizá-los se os conhecem e oferecem a seus clientes. Assim fechamos o ciclo”.

O desafio do terceiro integrante do projeto Sabores da Mantiqueira, o professor e chef Vitor Rabelo, é trazer esse conhecimento para a prática, e desafiar seus alunos a inventarem pratos criativos com os ingredientes tradicionais da região. Tem dado certo também. Eles elaboram pratos da entrada à sobremesa que depois são avaliados pelos professores. E a moçada ama esse desafio.
Acompanhe as excursões dos professores do Senac no blog Sabores da Mantiqueira:

CAFÉ NO BOSQUE

 

Nessa rua, nessa rua tem um bosque

E ele não se chama Solidão.Todos o conhecem por Bosque do Silêncio, nome tão poético quanto o da canção de roda. E aqui a natureza tem mesmo o ar de uma floresta mágica: silenciosa, recolhida, misteriosa.

Parcialmente natural e parcialmente tratado como jardim, em especial na parte gramada da entrada, o bosque tem uma área de 120 mil metros quadrados, um bom tamanho para um parque dentro de uma cidade, no caso, Campos do Jordão. São 28 travessias que podem ser percorridas em dois quilômetros de passarelas, em trilhas que podem levar de 1 a 3 horas.

Ali, lagos com nenúfares são atravessados por pontes, e passarelas de madeira correm por entre hortênsias e plantas aquáticas. Há todo um equipamento seguro para a prática de tirolesa e caminhos entre as copas das árvores para a prática de arvorismo, atividades propostas pela empresa Altus Turismo Ecológico, assim como uma arena aramada para Paint ball, esporte mais praticado nos Estados Unidos do que o surfe.

Altos pinheiros protegem um spa construído como uma cabana de madeira, e canteiros de coloridas Impatiens (a prima rica da nossa Maria-sem-vergonharodeiam um café com deck ao ar livre. Tudo é limpo e muito cuidado por lá, e uma atividade fica longe da outra.

A ideia do Café no Bosque, uma das principais atrações do parque, é oferecer o que de melhor a Serra da Mantiqueira é capaz de produzir na área da alimentação. “O turista muitas vezes não tem tempo de ficar rodando por aí para conhecer e provar tudo o que existe nesses vales e montanhas, e a Serra se estende por mais de 500 quilômetros… Então procurei reunir uma amostra das coisas mais gostosas que são produzidas na região”, diz Marco Ayres, o proprietário do café.

Como sommelier da Enoteca Fasano em Campos do Jordão, Marco adota o mesmo sistema que oferecia aos seus sofisticados clientes: traz amostras para degustação de muitos produtos vendidos. Os queijos premiados da Fazenda Pavão na vizinha Serra do Salitre (que espero um dia conhecer, pois ela é também aberta à visitação) são trazidos em pequenas lascas, em três estágios diferentes de maturação. No geral, os queijos se assemelham ao Grana Padano italiano, e mesmo ao Parmegianno Regianno, e podem muito bem substituí-los.  Ou ele pode apresentar vinhos que se parecem com o Madeira, tanto o seco como o licoroso, feito originalmente por um português que veio morar aqui no século passado. A produção vinícola do Madeira é continuada hoje pela família.

O mel mais exótico que Marco oferece é obtido das flores brancas e perfumadas das floradas das fazendas de café, mas lá existem de muitos outras espécies. E ele também apresenta os mais diferentes tipos de geleias (comprei uma lá, de laranja, que me fez lembrar demais das marmelades inglesas). Outra que faz sucesso é a de physalis, uma frutinha amarela envolta por folhas cor de palha, que chegou nos mercados daqui como exótica, mas que é bem brasileira. No Brasil, ela é chamada de joá-de-casaca, camapum ou saco-de-bode. Gostosa, tem inúmeros benefícios medicinais para a saúde.  Na Serra, ela é cultivada sem qualquer tipo de agrotóxicos, pois se adapta facilmente ao solo. Já não é caso das frutinhas vindas de fora.

As cervejas artesanais, desde daquelas feitas em garagem, mas muito saborosas, até marcas conceituadas ou de fabricação exclusiva, são um universo à parte. São inúmeras, mas essas você vai ter de comprar seguindo uma ou outra indicação do dono da cafeteria, é claro, assim como os vinhos de altitude. Ele não pode abrir uma garrafa só para tirar uma amostra… Mas você pode experimentar os derivados de suínos em lasquinhas, como as de presunto cru de tipo ibérico, originados das melhores fazendas da região e beber com as cervejas, ou pedir uma deliciosa porção de queijos e frios que está no cardápio. 

O Café no Bosque ensaia lançar um menu criativo para o almoço durante os finais de semana, mas até isso acontecer, já é possível consumir salgadinhos para beliscar e sanduíches. E não saia de lá antes de provar uma fatia de cheesecake feito com frutas vermelhas e massa de amêndoas. O pessoal do Trip Advisor já o classifica como o melhor da Mantiqueira (o parque tem o Certificado de Excelência do site também).

Endereço: Avenida Senador Roberto Simonsen, 1724 – Vila Inglesa – Campos do Jordão

A entrada é gratuita, e ele funciona das 9h00 às 18h00.

A administração do Bosque do Silêncio é feita pela empresa Altus Turismo Ecológico.

 

 

Layout mode
Predefined Skins
Custom Colors
Choose your skin color
Patterns Background
Images Background
WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com